quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ainda o Haiti




Um país que virou escombros e gritos de imensa dor de uma natureza enfurecida!
Transformou-se em minutos em ruínas sob forma, de imensos corpos que jazem pelas esquinas da capital.
Onde as suas almas já libertadas daqueles corpos inertes e tesos pela morte repentina e sem contemplações, sobem o céu rumo ao oceano para se entregarem à natureza a quem pertencem depois de ela com a fúria que não à memória, as ter reclamado sem piedade.
Ruínas atrás de ruínas!
De edifícios já de si pobres que ruíram como castelos de areia, caindo sobre os indefesos que sem saberem o que lhes estava acontecer sucumbiram num minuto de Apocalipse tremideiro.
Ruínas de nada!
Já que o País era tão pobre que nada tem para atenuar a dor dos feridos aos milhares entre escombros que esmagam os membros de quem se quer libertar e abafam os gritos incessantes, de quem tenta desesperadamente sinalizar a sua vida, presa por um fio já tão ténue.
Ruínas de quem lá se encontrava para ajudar quem não tem nada!
Eram capacetes azuis cor da alegria e cor do céu juntamente com o oceano.
Foram dezenas deles enterrados nos poços cobertos de placas de cimento onde não há mãos com a força suficiente para as içar e levantar quem se encolheu sob o seu peso.
Jazem ainda sem sinal de serem descobertos e vão deixar escrito com a morte a força que tinham para ajudar este País miserável a obter um pouco de alegria para que o povo pudesse ao menos sentir o seu calor.
Ruínas vitalícias!
Já que são catástrofes em cima de catástrofes. Que o País cresceu em altura, devido a ser levantado a cada catástrofe que o visitava.
Ruínas que tentam agora serem rapidamente varridas!
Já que um enorme comboio de solidariedade emerge para o Haiti.
São linhas e linhas de transporte com a mesma direcção. Levam de tudo um pouco para ajudar a minorar tão grande sofrimento e os milhares de homens e mulheres que se prontificaram a por os pés neste País, tem a certeza absoluta que só saíram de lá com a convicção de deixarem um sorriso e uma mão cheia de esperança, aos que sobreviveram a tão hediondo cataclismo.

Sem comentários: