sábado, 16 de janeiro de 2010

Sonhei com um Caminho sem Fim


Um caminho cheio de espinhos nas bermas, que já deslumbro não muito longe. Ameaçando obstruir a caminhada e pior, entrelaçando-se para mais dificultar a sua passagem.
Um caminho de uma vida já longa, com passagens planas e sem sacrifício na maioria da sua existência, mas de longe a longe com buracos sensíveis que ameaçam de um momento para o outro se abrirem de par em par, para me puxar para bem fundo e cegar-me com a escuridão inacessível.
Sonhos são sonhos!
Muitos deles durante um sono longo que podem acontecer numa noite agitada, fruto das inquietações próprias do dia-a-dia. Que me obrigam a dar voltas e voltas na cama, consoante a intensidade do mesmo.
Mas também surgem já desperto, virado para o alto, tendo como vigia o candeeiro em forma de tê ao contrário. Com os dois copos que dão luz, mais parecendo dois olhos, que no escuro me sondam. E vigilantes, seguem o que o meu cérebro transmite ficando a par do que estou neste caso, a pensar.
São esses olhos a dois palmos do tecto que me alertam para as razões ou não, dos meus pensamentos (ou sonhos, porque também o fazemos acordados) e por momentos sinto um quase invisível clarão que me tenta alertar para o que me vai na cabeça, interrogando-me para a veracidade do que liberto. E num ápice ponho os pés bem assentes no chão, correndo rapidamente para os meus afazeres e esquecer as apreensões que me acossaram ainda a escuridão da noite prevalecia.
Os sonhos, acordados ou num despertar repentino. Levam a uma preparação que pode ser benéfica, já que funciona como a alavanca de não me deixar ser apanhado em contra pé.
Ajuda a resguardar-nos das emboscadas sem laço, mas que podem apertar tipo jibóia se nos apanham desprevenidos nos locais onde pensamos, sem probabilidades de acontecer.
Alerta-nos, para com um passo bem à frente, matar-nos à nascença qualquer veleidade de algo brotar. Neste mundo cão, que não olha a meios para se apoderar das fragilidades alheias.

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