sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Portugal está como o tempo



O sol irradia apesar do frio e logo mantemos um sorriso.
Procuramos os espaços onde o sol se faz mais sentir. Aquecendo o corpo e por momentos esquecemos o frio do tempo e da vida.
Vem a nuvem traiçoeira e tapa por momentos o sol.
Apaga o sorriso e liberta o queixume premente do arrepio sentido que percorre a coluna por entre socalcos de bolsos vazios.
A nuvem passa e o sol dá de caras com um País triste e resignado.
Então lança o seu brilho de uma forma mais intensa, para alegrar rostos escondidos nos cachecóis de vários tons e libertar esses rostos belos mas sem brilho, para que vejam a alegria que o sol lança bem de longe, mas com força suficiente para iluminar as tristezas.
São poucas as horas de um sol que teima em aquecer.
O frio mantém o ritmo de uma vida, teso de alegria.
Aumenta com o chegar da noite, fechando as portas para o afugentar. E ligando as lareiras, ora com chama. Ora com o calor canalizado.
Atinge a sua força pela madrugada solitária, que martiriza os desprotegidos.
E continua a bater o pé quando a manhã rompe por entre a geada branca e pelo roncar dos motores.
E num tique tac, de dentes que não à força de evitar, aparece o bem-aventurado sol para refrear este frio que mata sem piedade os indefesos pela idade.
E durante umas horas, aquece os corações amortalhados pelo volume de vestuário, que o sufoca da visibilidade de quem o quer conquistar.

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