domingo, 10 de janeiro de 2010

As Quatro Horas de um Longínquo Final de Semana




Tive quatro horas olhos nos olhos!
Como conquista do final das férias, que ainda trazia o sabor do mar e o bronze agarrado ao corpo.

Quatro horas de sensações e divisões!
Sensações antes sonhadas com momentos de encher o olho e o astral na plenitude de um grande dia.
Divisões, entre o não assumir o óbvio. E tentar justificar, o que não se podia concretizar.

Quatro horas entre o real e o irreal!
Entre o aconchego de um sol radioso, correndo atrás de alguém, para lhe oferecer um ramo das mais belas flores, colhidas naquele verdejante jardim.
Mas de nada valendo a correria, porque o vulto cada vez mais longe se extinguia e o ramo cairia por terra, murchando logo que tombou nesse dia.

Quatro horas entre o certo e o incerto!
A certeza de querer lá chegar por entre estradas velozes e automobilistas nervosos.
A incerteza de ter de voltar com uma mão cheia de nada e outra com um sonho perdido.

Quatro horas de tristeza no fim!
Um fim, que só podia dar assim.

Um fim que eu senti que te desiludi!
Trazias o cheiro a flores silvestres para amparar a tristeza de quem chegava. E regressas-te por caminhos secundários para teres tempo de descobrir o que estavas ali a fazer.

Nunca me desiludiste!
Nunca, sei isso! Porque fui atrás de um apoio, de um ombro, de um sorriso. E mais não tive porque não quis.

Quatro horas que se podem repetir!
Agora mais responsável pelo que quero. E quero o baloiço só para mim. Sem tempo para o largar para qualquer miúdo, que possa me incomodar!

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