sábado, 23 de janeiro de 2010

O Corre, Corre para Aprovar o Orçamento



Está no fim as reuniões para aprovar o OE2010 e nesse vai e vem de idas ao Palácio de São Bento, ficava-se a saber que se tinha dado um pequeno passo para um entendimento mas nada estava decidido.
Sabia-se pela boca dos mandatados, que existiam matérias, onde a convergência de interesses era ainda flagrante e como tal, novas reuniões eram fundamentais para dissipar todas as dúvidas.
Como os mandatários eram pequenos correios enviados pelos líderes partidários e daí nenhum fumo branco surgia. Apressou-se a ser esses mesmos líderes a lidar com a situação e o Palácio de São Bento, tornou-se uma romaria para de reunião em reunião, chegar-se à conclusão que todos querem: ver o orçamento de estado para este ano ser aprovado.
De conferência em conferência, com destaque para o CDS, apercebemo-nos que era esse mesmo partido que iria apanhar o comboio do orçamento. Mas o PSD, puxando dos galões de maior partido da oposição não se deixa ficar para trás e quer ter voz activa em tão momento peculiar como a aprovação.
Então a líder também se desloca ao Palácio e sai de lá com cara de ter visto algumas das suas reivindicações serem consideradas e fica com semblante de criar o suspense nos jornalistas. Ao anunciar que se resguarda numa espécie de retiro de fim-de-semana, bem longe da azáfama citadina, para ponderar muito bem na intenção de voto do seu partido.
Enquanto isto Paulo Portas, também adiou para amanhã a sua intenção de voto e claro aqui o suspense também está instalado.
A oposição tenta fazer valer o seu poder para que o OE2010, seja aprovado.
Ao governo ter o apoio do PSD, era ouro sob azul, o que traria a responsabilidade do partido que lidera a oposição para futuros compromissos mais lá para a frente. Uma espécie de comprometimento.
Ao invés deixaria de fora o entendimento com o CDS, já que Paulo Portas é useiro e vezeiro em entrincheirar-se com os mais necessitados: agricultores, pensionistas, pescadores. Para fazer deles os bombos da festa da política deste governo e assim granjear dividendos que lhe estão a segurar o barco na navegação centrista.
O que é verdade, é que estão a deixar para o último dia, aquilo que já todos estão à espera!
O orçamento irá passar porque o governo cedeu às reivindicações (melhor dizer, que houve um entendimento, dentro de cedências mutuas) do PSD, mais realistas que as do CDS. E como tal, iremos ter o PSD, como o suporte da passagem do orçamento e não me admirava nada que Portas, sabendo que deixou de ser primeira escolha, apesar de ver também acertos no documento, optasse pela abstenção.
Foi uma semana de correrias para conhecer as intenções da oposição. Começando no Ministro das Finanças e terminando no Primeiro-ministro, porque só ele é que tem o dom de aceitar ou não as propostas da direita.
Claro que pouca alternativa tem, já que depende do voto de um deles para ver passar o orçamento. Fundamental para a estabilidade deste país ameaçado em rebentar pelas costuras, como diques que rebentam tamanha a força da natureza.

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